segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

ATAQUE AO URINOL

Antes de Marcel Duchamp o tornar a obra de arte mais influente do século XX a Fonte era só mais um urinol. Terá sido com essa ideia na mente que, em 1993, Pierre Pinoncelli (na foto) urinou numa das réplicas produzidas por Duchamp. O original de 1917 desapareceu e o criador do Dadaísmo criou oito versões em 1964. Este ano, o autor da peripécia voltou a atacar, desta vez à martelada. A peça, exposta no Centro Pompidou, saiu pouco danificada e Pinoncelli foi preso.
O francês de 77 anos diz que não cometeu nenhum acto de vandalismo e alega ter a benção de Duchamp, já que em 1967 terá avisado o autor do que iria fazer. Pinoncelli afirma que tudo não passou de uma manifestação artística, que terá mesmo agradado aos artístas Dada e que provocaria uma grande risada a Marcel Duchamp.
Quem não estará com muita vontade de rir é o próprio Pierre Pinoncelli, obrigado por um tribunal francês a pagar 214 mil euros, mais 14352 euros para a reparação da obra. O mesmo tribunal condenou-o ainda a três meses de pena suspensa. Esta versão da Fonte está avaliada em 2.8 milhões de euros.

6 comentários:

Anónimo disse...

Tanto dinheiro por um urinol :). Quem sabe a minha sanita, não dá para trocar de carro.

Saleiro disse...

Pode ser. A readymade art é mesmo isso: tirar um objecto produzido em massa do seu contexto e dar-lhe o sentido de obra de arte. Experimenta expor a tua sanita numa qq galeria! :)

Anónimo disse...

Sr Saleiro, vamos lá actualizar isto. O blog é bom demais pa ficar parado tanto tempo. Introduz aí outra boa nova como Jens Lekman, gostei muito. Abraço.

Anónimo disse...

eu tb gostei!!!
se não se importa estou utilizando esse texto com os meus alunos... (sou professora de Artes) E fica sussegado que coloquei seu site como referência bibliográfica...rss

Juliana

Saleiro disse...

Fico contente por o texto ter alguma utilidade. Não tem problema nenhum, nem precisava da referência bibliográfica. :)

ANTONIO DIUK FONTENELE MOURAO disse...

Se isso tivesse ocorrido n a década de 50 os dadaistas realmente vibrariam e teriam defendido o sr. Pinoncelli, mas como isso aconteceu recentemente e vivemos em um periodo de grande rigidez de comportamento, a forma encontrada para punir foi a questão monetária.