terça-feira, 26 de outubro de 2004

Um dos grandes palcos do mundo por 80 mil euros

Talentos desconhecidos, músicos incompreendidos, artistas no underground: o Royal Albert Hall pode ser vosso por um dia! Só precisam de juntar 55,000 libras ou, para se entender melhor, 80,000 euros.
Foi o que fez Dave Loew, um violoncelista desconhecido de 55 anos. Já tocou na London Symphony Orchestra e na Royal Philarmonic e agora quer juntar uma orquestra de 30 músicos para um concerto no mítico palco de Londres.
O reportório do senhor Loew é vasto e curioso. Toca Vivaldi, Granados e ainda Beach Boys e Elvis Presley. Isso mesmo, um clássico bem eclético.
Não vai ser uma estreia, Dave Loew já pisou o Royal Albert em 1970. O violoncelista gaba-se de já ter vendido 100 mil CD's em todo o mundo, o que deve ser levado a sério a julgar pelas participações nas orquestras acima referidas.
Agora resta esperar que 3900 pessoas arrisquem a compra de um bilhete para o espectáculo de um anónimo.Saibam mais aqui.


sábado, 23 de outubro de 2004

Há filmes que nunca serão esquecidos e Apocalypse Now é um deles, obviamente. E não sou preciso para o lembrar. Podia perder horas só a mencionar cenas que, pela sua genialidade, fazem da obra de Francis Ford Coppola um marco incontornável na história do cinema. Mas há uma em particular que me leva a recordar aqui o filme: a primeira. "This is the end, beautiful friend. This is the end, my only friend, the end". Pautada de uma forma arrepiante pelo tema dos Doors, toda aquela sequência de imagens, que se interceptam sempre no momento exacto, tem um efeito inebriante. Bastam os primeiros segundos de filme para perceber que se está perante algo de muito grande. O espanto é tanto que dá vontade de a repetir vezes sem conta, tal é o gozo de entrar na mente daquele capitão com as chagas da guerra em carne viva. Ali, dá-se o mergulho profundo nas águas daquele rio maldito. Para nunca mais emergir.

quinta-feira, 21 de outubro de 2004

Por uma questão de honestidade não vou sequer ousar fazer uma apreciação reflectida sobre o álbum Bom Dia dos Pluto. E não a faço porque não consigo criar o distanciamento necessário. Posso é adiantar - a quem ainda não ganhou juízo e,por isso, não comprou o cd - que o disco é fenomenal! Saquem, peçam emprestado, comprem, qualquer coisa... mas não se privem de algo tão inspirador. É tudo o que vejo.

segunda-feira, 18 de outubro de 2004

É hoje!

quinta-feira, 14 de outubro de 2004

Porque às vezes as traduções não deixam transparecer as reais intenções da fala eu prefiro não traduzir. George Bush, o pai, apelidou Michael Moore de "total ass, slimeball". O comentário vem a propósito do último filme do cineasta - Fahrenheit 9/11 - onde Moore fala de ligações entre a familia Bush e Bin Laden. O artigo da BBC aqui.

quarta-feira, 13 de outubro de 2004

A segunda oportunidade

O gesto mais distante no meu passado de que me lembro com mais clareza é estar em frente ao gira-discos a passar, um a um, os vinis que havia lá por casa. Lembro-me de muitos. Leonard Cohen, Lionel Richie, Europe, Queen, Credance Clearwater Revival, Duran Duran, Paul McCartney e outros. Depois fui crescendo.
Foi mais tarde que um cd mudou a forma da música estar na minha vida. Recordo-me perfeitamente do dia em que o meu primo chegou a casa com o Dookie, dos Green Day. A capa, o ritmo acelerado, a energia, a rebeldia, tudo naquele disco me parecia perfeito demais. Ouvi-o vezes sem conta e foram eles que me fizeram começar a procurar incessantemente música para ter e ouvir. Até ali ela ia chegando até mim de forma quase inconsciente. Não me lembro de até então ter pedido sequer um cd como presente. Depois do Dookie tudo mudou. Cravar cassetes, uns poucos cds e gravar, gravar, gravar. Pedir ao motorista do autocarro para pôr a minha cassete a tocar. Gastar todas as conversas sobre aquela banda nova que parecia ser sempre a melhor do mundo.
Depois do Dookie não me passou pelas mãos mais nenhum cd dos Green Day e não sei exactamente porquê. Pode ter sido por mera falta de possibilidade mas, sinceramente, acho que foi falta de interesse. Sabem como é, conhecem-se outras coisas e os Green Day deixam de ser prioridade. Nunca mais ouvi nada da banda - exceptuando claro os single que iam passando - até há uns dias atrás.
Ouvi o American Idiot simplesmente por tudo aquilo que os Green Day me fizeram conhecer. Uma espécie de segunda oportunidade aos meus heróis punk na adolescência. O resultado é fácil de adivinhar: já não é a mesma coisa. O máximo que conseguiu foi arrancar uns sorrisos em raríssimos momentos de deja vu. Mas ouvir o álbum não é uma perda de tempo. Estão de facto mais ecléticos e há faixas do disco que valem a pena. Mas não é coisa para repetir muitas vezes.
A culpa não é minha, eles é que não souberam aproveitar a oportunidade.

sexta-feira, 8 de outubro de 2004

Combater o estereótipo


É um facto que muitas bandas, depois de um primeiro álbum de sucesso, acusam a pressão das expectativas e, na tentativa de fazer um segundo disco mais maduro - como reflexo da evolução -, acabam por produzir um som mais distante e sombrio. À partida tudo bem... mas e se não é isso que torna a sua música apelativa e contagiante?
Antics, o segundo dos nova-iorquinos Interpol, é um pouco assim. Não, não é uma desilusão. Longe disso! É antes o resultado de uma fuga (conseguida?) ao estigma Joy Division. O produto final não deixa de ser bom. Evil e Slow Hands são grandes canções no novo rumo dos Interpol. No disco cada faixa respira uma personalidade diferente e torna-se difícil encontrar um fio condutor que permita identificar Antics como um todo. Como pequenos fragmentos aleatórios de filmes distintos unidos numa mesma fita, as músicas do álbum só partilham, de facto, o espaço no mesmo cd.


quarta-feira, 6 de outubro de 2004

Bom Dia Pluto!


Chama-se Bom Dia e é o álbum de estreia dos Pluto. Dois anos depois do fim dos Ornatos Violeta, Manuel Cruz e Peixe estão de volta com um projecto muito aguardado. Com os ex-Ornatos tocam Eduardo, no baixo, e Ruka, na bateria. Mario Barreiros foi o responsável pela produção.O lançamento só está marcado para o dia 18 deste mês mas a Antena 3 já deu um cheirinho daquilo que está para vir. O Portugália não perdeu tempo e mal o disco chegou à redacção foi logo posto a rodar. Tudo o que foi dito confirma-se. É um som mais rock e mais directo do que aquele a que os Ornatos nos habituaram na sua - curta -carreira. Mas os Pluto não são os Ornatos Violeta! Creio que isto deve ficar bem entendido. As letras do Manel Cruz estão lá, está lá a sua voz como está também a guitarra enérgica do Peixe e, obviamente, a forma como ambos encaram a música. Mas é só! Basta ouvir o single "Só mais um começo" para perceber isso. E ainda bem que assim é. A primeira - e fugaz- audição não permite grandes comentários e tentar dizer mais seria correr o risco de ser injusto para com o primeiro trabalho da banda. Mas deixo o conselho: estejam atentos porque a coisa promete.