sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

PRÉMIOS GUME DE FACA 2005

Por esta altura, surgem por todo o lado listas com as escolhas para os melhores discos do ano. Não é disso que se trata aqui. Os prémios do Gume não respeitam nenhum critério rigido nem sequer são para levar muito a sério, é apenas uma maneira diferente de fazer o balanço de 2005. Posto isto, aqui estão os felizes contemplados:

Prémio Festa do Ano - BLOC PARTY

Prémio Van Gogh - ANDREW BIRD

Prémio Crescei e Multiplicai-vos - FRANZ FERDINAND

Prémio Hemorragia - RYAN ADAMS

Prémio O Toque de Midas - KANYE WEST
Prémio Quero Um Nobel Só Para Mim - BONO VOX

Prémio Produtividade - CANADÁ

Prémio A Qualidade Não Tem Preço Mas Tem Prize - ANTONY


Prémio Melhor Vizinhança- THE ARCADE FIRE

Prémio Quietinho É Que Tu Estavas Bem - MIGUEL ÂNGELO

Prémio Grandessíssimos Filhos Da Mãe - SONY BMG

Prémio Ovação - CLAP YOUR HANDS SAY YEAH

Prémio Gato Por Lebre - JAMIE CULLUM

Prémio Queremos Mais Um - RUFUS WAINWRIGHT

terça-feira, 27 de dezembro de 2005

CLAP YOUR HANDS SAY YEAH

Bem-vindos à nossa habitual rubrica "Este disco é tão, tão bom que me viciou completamente". O Gume ouviu os Clap Your Hands Say Yeah numa sessão exclusiva e agora partilha com o mundo essa arrasadora actuação.


The skin of my yellow country teeth (ao vivo no leitor do Gume)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005


Em 29, editado este mês, Ryan Adams distancia-se claramente do country de Cold Roses e Jacksonville City Nights, editados em Maio e Setembro de 2005 respectivamente. Agora, sem a ajuda dos Cardinals, Ryan Adams pegou na viola e compôs um disco mais intimista. Uma viagem desde os 20 até aos 29 anos de idade do músico, hoje com 31. “Corações vazios, momentos vazios”, é assim que Adams descreve essa fase da sua vida. As músicas transbordam desilusão num retrato que chega a ser de um percurso de vida quase trágico.
Mais um registo de um músico extraordináriamente prolífico que pode muito bem ser o prenúncio de uma viragem significativa no estilo e na forma de Ryan Adams fazer música.

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

SUPERNADA (ou o Manel Cruz a fazer das suas)

Manel Cruz na voz, Eurico Amorim nas teclas, Ruca (baterista dos Pluto) na guitarra, Miguel Ramos no baixo e Xico na bateria. Senhoras e senhores: os Supernada.

Já se sabe que qualquer coisa que Manel Cruz decida fazer vai ter sempre uma legião dedicada de fãs que o vai seguir para todo o lado, com os Supernada não é diferente. O cheirinho a rock-funk, a meio caminho entre Ornatos Violeta e Pluto faz as delícias dos admiradores, que perante a ausência de um disco gravado encontram na Internet as músicas da banda. Na rede circula o concerto no Santiago Alquimista (com o rótulo de masterizado) e outro no Hardclub. Os próprios Supernada já confessaram que também sacam da world wide web as suas músicas e fotografias (http://cotonete.clix.pt).

Ao que parece a banda não pensa ainda em gravar um disco, preferindo continuar com as actuações ao vivo. Pode ser que os palcos deêm às músicas a força e o encanto dos saudosos Ornatos!


Supernada - Sonho de Pedra (ao vivo no Santiago Alquimista, 2005)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

CARTA AO PAI NATAL, POR AVELINO FERREIRA TORRES

Querido Pai Natal, dizem que o Natal é quando um homem quiser, comigo não foi bem assim. Eu sei que não me portei lá muito bem, mas fiz de tudo para me redimir, até fui mestre de obras num programa de televisão. A verdade é que, por altura das eleições autárquicas, não me apareceu Amarante debaixo da árvore, o que é injusto porque fiz um trabalho muito sério. Se calhar não sabes onde moro. Por isso, gostava que me desses o novo cd da Enya neste Natal, para eu poder usar o Amarantine como e quando bem entender. Desta vez não tens desculpa porque ficas, desde já, a saber que a minha casa fica na Rua Avelino Ferreira Torres, logo depois do Estádio Avelino Ferreira Torres, que fica no fundo de uma Avenida que se chama Avenida Avelino Ferreira Torres.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

(QUASE) DUETOS IMPREVISTOS


Nos anos 90 Rufus Wainwright fez chegar as suas músicas ao Sin-é, o mítico bar nova-iorquino, na esperança de lá poder tocar. Diz-se que não o conseguiu porque Jeff Buckley ganhou a corrida. Não sei até que ponto tudo isto é verdade, apenas sei que qualquer um deles teria sido uma aposta ganha, embora a escolha acabasse por ser a mais acertada. No Sin-é Jeff Buckley mostrou-se e partiu para uma tragicamente curta mas brilhante carreira, que o elevou ao estatuto de mito dos anos 90. Da sua discografia fazem parte algumas gravações feitas naquele exíguo espaço. Por seu lado, Rufus também não terá razões de queixa pois não precisou do Sin-é para alcançar o estatuto que actualmente tem.

Rufus é hoje um admirador confesso de Jeff (ainda chegaram a conhecer-se pouco antes do falecimento do autor de Grace) e para que não restassem dúvidas de que não guarda rancor por este lhe ter "roubado" umas actuações no Sin-é dedica-lhe o belíssimo Memphis Skyline, no aclamado longa-duração Want Two. Mas já vem de trás a ligação entre os dois, pelo menos um indicador de referências comuns. É em jeito de tributo a ambos que o Gume deixa aqui duas interpretações de Hallelujah, da autoria de Leonard Cohen. Jeff Buckley incluiu a sua no único disco que lançou, Grace, e Rufus deu voz ao tema na banda sonora de Shrek em 2001.

Jeff Buckley - Hallelujah (Grace, 1994)

Rufus Wainwright - Hallelujah (Shrek OST, 2001)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

QUE BELO MOMENTO!

Quem não se lembra da célebre assistência de Carlos Secretário para o golo do Matador Acosta? Foi no ano 2000 e jogava-se a final da Taça de Portugal no Jamor. Hoje as circunstâncias são outras e os protagonistas mudaram quase todos. Só fora das quatro linhas é que tudo permanece na mesma: a mesma rivalidade, a mesma paixão e a mesma vontade de ganhar. Eu vou estar no Dragão acompanhado de grandes sportinguistas e, mais ao longe, de um daqueles andrades sem emenda, a aproveitar o bilhete que recebi como prenda de aniversário. Pelo menos, entre nós, só regressa a casa um adepto triste. O problema é que é ele quem vai conduzir e psicológicamente abalado nunca se sabe do que poderá fazer a tão ilustre lagartagem!

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

A MORTE É UMA BELA MULHER

E se no ano de 2006 ninguém morresse em Portugal ou numa outra qualquer nação do mundo? E se a morte resolvesse simplesmente não actuar? Seria uma dádiva ou o pior dos males? Neste romance Saramago desenvolve todas as consequências desta hipótese, tão absurda como absolutamente irresistível. O Nobel português mostra como o inicial regozijo perante a ausência da mortalidade se transforma rapidamente num verdadeiro caos. Que seria da religião sem a morte? Como se rege um país onde todos se julgam imortais? Que fazer com os milhares de doentes terminais, ou em estado de morte suspensa, sabendo que irão permanecer assim indefinidamente?

Saramago brinca com o mito da imortalidade, colocando em análise o amor, o desejo e a vida. A morte ganha forma, a de uma mulher, e passeia-se entre os vivos. "No dia seguinte ninguém morreu".

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

ESTES TIPOS PARTEM TUDO!


Do Reino Unido chegam notícias entusiasmantes. Chamam-se Test Icicles e lançaram no fim do mês de Outubro o seu disco de estreia For Screening Purposes Only. Se o nome não for sugestivo o suficiente posso acrescentar que no passado a banda chamava-se Balls. Pois é, um nome típico de uma banda de adolescentes, com tudo mais que isso significa. Neste caso, irreverência, energia e vontade de simplesmente partir tudo e não deixar nada em pé. O álbum é feito de ritmos vigorosos, guitarras agressivas e vozes por vezes levadas ao limite das capacidades do vocalista Sam Merrann. Basta ouvir Your Biggest Mistake, que abre o disco, e percebe-se de imediato as intenções deste trio londrino e o porquê do álbum ter sido lançado no Halloween (uma curiosa jogada de marketing). Canções como Pull the Lever, Catch It ou Boa vs Python são bem capazes de nos pôr os cabelos em pé, e são todas bem orelhudas. E já que estamos a falar de temas orelhudos os Test Icicles tem um que é candidato a Música Orelhuda do Ano, Circle Square Triangle, terrívelmente contagiante.
Quem está com vontade de ouvir um disco punk-rock, que é uma verdadeira descarga de adrenalina, como já há muito não aparecia, este é um daqueles a não perder.

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Leão debaixo de fogo

Os Delfins são os autores do hino comemorativo do centenário do Sporting, intitulado Leão de Fogo. Desta premissa podem ser retiradas duas conclusões:
1ª- O hino comemorativo do centenário do Sporting deve ser muito mau.
2ª- Os restantes músicos portugueses não percebem nada de futebol.

sábado, 5 de novembro de 2005

THE MAGIC NUMBERS

Entre todas as coisas (poucas) que têm ocupado o meu tempo, e também de alguma forma desviado a minha atenção do blog, o disco desta sui generis parelha de irmãos usufrui de um lugar de destaque. Quase que roubam mais tempo do que Animal Collective, Wolf Parade, The Decemberists e Franz Ferdinand, todos juntos, entre outros.

Sim, eu sei que é um exagero, mas compreendam que são só coisas de quem tem a felicidade (será?) de passar os dias a ouvir música. É uma estreia completamente viciante!

quarta-feira, 19 de outubro de 2005

MOBIUS BAND - The Loving Sounds Of Static


Num curto espaço de tempo a pop com infusões electrónicas que a Mobius Band expunha no EP City vs Country, criou um considerável entusiasmo em torno do álbum de estreia da banda The Loving Sounds Of Static. No longa duração não quiseram desiludir e, por isso mesmo, centram todas as atenções numa produção exaustiva e perfeccionista, deixada nas mãos de Peter Katis, produtor de Antics dos Interpol.

O resultado é bom, mas não surpreendente. Destacam-se Radio Coup e Twilight, duas das primeiras faixas do disco, e The Loving Sounds Of Static, a faixa que dá nome ao disco, uma bela malha com guitarras e percussão ao estilo do melhor rock. Em jeito de blues lembram, com You're Wrong, o tema I Might Be Wrong dos Radiohead.

No seu todo, uma consistente colecção de canções que facilmente ficam a ecoar na nossa cabeça por muito tempo. Quem consegue um primeiro disco assim tem, de certeza, muito mais para dar.

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

THE CASSETTES WON'T LISTEN


Os Cassettes Won't Listen são um quarteto que promete dar que falar. Amigos desde a infância, os membros da banda reuniram-se em Nova Iorque em 1999 e cedo começaram a impressionar nos concertos que iam dando pela cidade. No início de 2005 gravaram o EP Nobody's Moving e o tema Cutting Balloons lançou-os definitivamente para a ribalta da cena independente Nova Iorquina. São eles: Kid Lucci na voz, Jeh Walker no baixo, Doc Torchaos na bateria e Drehke nas teclas e programação.

A sonoridade dos Cassettes Wont Listen é numa mescla inteligente das componentes já conhecidas do rock alternativo com outras ambiências pop, muito alicerçada na electrónica, bastante competente diga-se. Imagine-se Mobius Band com o enfoque mais na electrónica e menos nas guitarras, ou uns Modest Mouse com uma overdose de Mogwai, o resultado poderia ser Cassettes Wont Listen. Só falta saber até onde conseguirão chegar. Mas isto é só uma aposta…



CASSETTES WON'T LISTEN - Cutting Balloons

quarta-feira, 12 de outubro de 2005

As primeiras páginas de mais de 400 jornais de 45 países, todas à distância de um clic. Uma grande dica do amigo aurélio, que vale mesmo a pena conhecer (a dica e o aurélio).

Como nem tudo é perfeito quase 75% dos jornais são norte americanos. Os EUA têm até uma secção individual. Assim, temos os jornais da Africa, da Ásia, da Europa e, claro, os dos EUA. No entanto, há que ter em consideração que esta é uma iniciativa da Newseum, uma organização americana.

Resumindo, o Today's Front Pages é um daqueles sites a adicionar, sem falta, aos "Favoritos".

domingo, 9 de outubro de 2005

THE ARCADE FIRE

Quando for grande quero tocar numa banda assim! Ao clicar na foto percebe-se porquê!


Porque será que ao ouvir o último dos Franz Ferdinand a restante produção made in UK, em grande parte surgida no encalço dos escoceses, parece, de repente, tão menos… interessante? A verdade é só uma, para aqueles lados, como os Franz não há ninguém.

Do You Want To é o single perfeito, a igualmente orelhuda The Fallen a abertura ideal de um disco genial e Eleanor Put Your Boots On ou Fade Together a prova de que os Franz Ferdinand conseguem ser eles mesmos e ainda lembrar Bowie, McCartney e muitas outras coisas, surpreendentemente tão distantes. Como se não bastasse, o resto é igualmente superior. Absolutamente imperdível!



FRANZ FERDINAND - Eleanor Put Your Boots On

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

MAXÏMO PARK, novo single a 24 de Outubro

A banda de Newcastle não incluíu Portugal na tourneé europeia, por isso, resta-nos ouvir os discos e, agora, ver mais um video. O single Apply Some Pressure sai a 24 de Outubro e em 3 formatos diferentes.

A versão em CD traz a novíssima My Life In Reverse e também Once, A Glimpse, uma demo que ainda não tinha sido editada. Numa das versões em vinil 7 polegadas os Maxïmo Park tocam Isolation, de John Lennon.

Agora, o novo video:

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Uma pequena cedência à crítica fácil

No dia 31 deste mês, pelas 21 horas, Antony And The Johnsons sobem ao palco do Coliseu dos Recreios. Antony Hegarty, vencedor do Mercury Prize 2005, com o álbum I am a bird now, regressa assim a Portugal e, arrisco sem receios, vai deslumbrar completamente.

No entanto, segundo o próprio site oficial do Coliseu de Lisboa, Antony não estará sozinho. No mesmo dia, à mesma hora e, claro, no mesmo local, o Coliseu anuncia o concerto de Anthony (com h), também vencedor do Mercury Prize 2005, mas com o trabalho I am here now. Difícil de acreditar? Aqui fica a foto que tirei do site:




Errar todos erramos, mas assim é inadmissível!

sábado, 27 de agosto de 2005

DEVENDRA BANHART - Cripple Crow (pré-escuta)



Chama-se Cripple Crow, tem edição marcada para 19 de Setembro e é o quarto álbum do mago Devendra Banhart. A XL Recordings tem disponível online um sampler com 4 faixas do disco, que podem ser ouvidas seguindo este link. As músicas são Heard Somebody Say, I Feel Just Like a Child, Hey Mama Wolf e Long Haired Child.

Quem estiver com muita pressa em ouvir o disco pode sempre mergulhar no fabuloso mundo do peer-to-peer porque ele anda por lá (pelo menos assim se apregoa).

terça-feira, 23 de agosto de 2005

RADIOHEAD em gravações e sem contrato



Os Radiohead estão a trabalhar no sétimo álbum de originais. Os britânicos estão a gravar o sucessor de Hail to The Thief no estúdio da banda desde o dia 18 deste mês. O colectivo de Oxford vêm fazendo gravações esporádicas para o disco desde o início de 2004.

O contrato com a EMI terminou depois da edição de Hail to The Thief e os Radiohead estão sem compromisso discográfico. Num comentário, agora apagado do site oficial da banda, Tom Yorke afirmava "estamos sem nenhum tipo de contrato. Alguma oferta?". Na altura, o vocalista comentava ainda desejar "a velha EMI de volta...pouco preocupada com os accionistas".

Um representante da banda, citado pela Billboard, veio já a público dizer que os Radiohead "não estão à procura de um contrato com uma editora".

terça-feira, 16 de agosto de 2005

Kaiser Chiefs anunciam fim da banda

Ricky Wilson, vocalista dos Kaiser Chiefs, revelou que a banda de Leeds irá editar apenas mais um álbum. Os britânicos, que hoje actuaram em Paredes de Coura, dizem não compreender o que leva muitas bandas a assinar contratos de vários discos.

Wilson afirma que quer fazer coisas diferentes, por isso, depois da separação promete dedicar-se à realização de "videos experimentais".

quinta-feira, 11 de agosto de 2005

O adeus definitivo



O meu pequeno tributo.

domingo, 7 de agosto de 2005

tic - takk...

Já começou a contagem dos dias que faltam para a saída de taak..., o próximo disco dos Sigur Rós. O lançamento está marcado para o dia 12 de Setembro mas, já no próximo dia 15, estará disponivel para compra na Internet o single glósóli e no dia 16 sæglópur, este último apenas na América do Norte. Os downloads poderão ser feitos em www.sigur-ros.is, o novo site oficial da banda, que também será lançado no dia 15.

Depois, resta esperar pelo dia 20 de Novembro para ver os islandeses ao vivo no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

O terceiro dos The Strokes não deverá sair antes do início de 2006 mas a revista Spin conseguiu de Julian Casablancas uma visita guiada exclusiva pelas faixas do novo disco.

Entretanto, deixo a lista completa dos 100 melhores discos entre 1985-2005, escolhidos pela revista (Is This It, dos The Strokes é o número 100):

1. OK Computer Radiohead 1997
2. It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back Public Enemy 1988
3. Nevermind Nirvana 1991
4. Slanted and Enchanted Pavement 1992
5. The Queen Is Dead The Smiths 1986
6. Surfer Rosa The Pixies 1988
7. 3 Feet High and Rising De La Soul 1989
8. Sign O the Times Prince 1987
9. Rid of Me PJ Harvey 1993
10. Straight Outta Compton NWA 1988
11. Achtung Baby U2 1991
12. Paul's Boutique Beastie Boys 1989
13. New Day Rising Husker Du 1985
14. Daydream Nation Sonic Youth 1988
15. Exile in Guyville Liz Phair 1993
16. Odelay Beck 1996
17. Illmatic Nas 1994
18. Appetite for Destruction Guns n Roses 1987
19. Live Through This Hole 1994
20. Enter the Wu Tang Clan (36 Chambers) Wu-Tang Clan 1993
21. Fear of a Black Planet Public Enemy 1990
22. Loveless My Bloody Valentine 1991
23. Stankonia Outkast 2000
24. Dig Me Out Sleater-Kinney 1997
25. The Downward Spiral Nine Inch Nails 1994
26. Post Bjork 1995
27. The Head on the Door The Cure 1985
28. Definitely Maybe Oasis 1994
29. 13 Songs Fugazi 1989
30. Ready to Die Notorious BIG 1994
31. You're Living All Over Me Dionsaur Jr 1987
32. Tim The Replacements 1985
33. AmeriKKKas Most Wanted Ice Cube 1990
34. Either/Or Elliott Smith 1997
35. The Chronic Dr Dre 1992
36. Doolittle The Pixies 1989
37. Bee Thousand Guided by Voices 1994
38. The Low End Theory A Tribe Called Quest 1991
39. Lucinda Williams Lucinda Williams 1988
40. Raising Hell Run DMC 1986
41. Siamese Dream Smashing Pumpkins 1993
42. Nothing's Shocking Jane's Addiction 1988
43. Criminal Minded Boogie Down Productions 1987
44. Dookie Green Day 1994
45. College Dropout Kanye West 2004
46. This Nation's Saving Grace The Fall 1985
47. Paid in Full Eric B & Rakim 1987
48. Kid A Radiohead 2000
49. The Miseducation of Lauryn Hill Lauryn Hill 1998
50. Low Life New Order 1985
51. In Utero Nirvana 1993
52. Licensed to Ill Beastie Boys 1986
53. The Battle of Los Angeles Rage Against the Machine 1999
54. Last Splash The Breeders 1993
55. Dig Your Own Hole The Chemical Brothers 1997
56. To Bring You My Love PJ Harvey 1995
57. White Blood Cells The White Stripes 2001
58. Master of Puppets Metallica 1986
59. The Lonesome Crowded West Modest Mouse 1997
60. De La Soul Is Dead De La Soul 1991
61. Pinkerton Weezer 1996
62. Supa Dupa Fly Missy Elliott 1997
63. Crooked Rain, Crooked Rain Pavement 1994
64. The Marshal Mathers LP Eminem 2000
65. Remedy Basement Jaxx 1999
66. Aquemini Outkast 1998
67. Reign in Blood Slayer 1986
68. Maxiquaye Tricky 1995
69. Entroducing DJ Shadow DJ Shadow 1996
70. The Blueprint Jay Z 2001
71. Psychocandy The Jesus and Mary Chain 1985
72. Only Built 4 Cuban Linx Raekwon 1995
73. Different Class Pulp 1995
74. Dummy Portishead 1994
75. Le Tigre Le Tigre 1999
76. If You're Feeling Sinister Belle and Sebastian 1997
77. Yankee Hotel Foxtrot Wilco 2002
78. The Stone Roses The Stone Roses 1989
79. Everything Is Wrong Moby 1995
80. Voodoo D'Angelo 2000
81. Mellow Gold Beck 1994
82. Grace Jeff Buckley 1994
83. Relationship of Command At the Drive-In 2000
84. Superunknown Soundgarden 1994
85. Automatic for the People REM 1992
86. Up on the Sun Meat Puppets 1985
87. Parklife Blur 1994
88. Emperor Tomato Ketchup Stereolab 1996
89. Fever to Tell Yeah Yeah Yeahs 2003
90. Sister Sonic Youth 1987
91. Skylarking XTC 1986
92. Atomizer Big Black 1986
93. Ten Pearl Jam 1991
94. Spiderland Slint 1991
95. Elastica Elastica 1995
96. Rum, Sodomy & the Lash The Pogues 1985
97. In the Aeroplane Over the Sea Neutral Milk Hotel 1998
98. When I Was Born for the 7th Time Cornershop 1997
99. Gentlemen Afghan Whigs 1993
100. Is This It The Strokes 2001

domingo, 31 de julho de 2005


Quem sucede a Franz Ferdinand? A resposta no dia 6 de Setembro, em Londres.

E os nomeados são:

- Antony and the Johnsons – “I Am A Bird Now”
- Bloc Party – “Silent Alarm”
- Coldplay – “X&Y”
- The Go! Team – “Thunder, Lightning, Strike”
- Hard-Fi – “Stars of CCTV”
- KT Tunstall – “Eye to the Telescope”
- Kaiser Chiefs – “Employment”
- The Magic Numbers – “The Magic Numbers”
- Maximo Park – “A Certain Trigger”
- M.I.A. – “Arular”
- Polar Bear – “Held on the Tips of Fingers”
- Seth Lakeman – “Kitty Jay”

sábado, 30 de julho de 2005

Diga-se o que se disser, Dan Brown é um escritor extremamente hábil e inteligente, que sabe o que quer. Leva-nos a locais inacessíveis, desvenda rituais secretos, desmascara mitos ancestrais, põe em causa verdades absolutas. Nada de extraordinário para uma obra de ficção? Começa a sê-lo quando, por exemplo, provoca reacções acesas vindas da própria Igreja, ou não? A verdade é que Brown usa com mestria as questões mais inquietantes em torno dos grandes dogmas da humanidade e o leitor gosta desse tipo de intriga.

O livro é exactamente igual ao Código Da Vinci, ou vice-versa, considerando a ordem cronológica da escrita. Seja como for, Dan Brown é muito bom entretenimento, uma espécie de campeão de bilheteiras consensual da indústria de Hollywood. As mesmas fórmulas do “antecessor”, as mesmas personagens, o mesma reviravolta final, se bem que, desta vez, mais previsível. Uma receita de sucesso.
ANTONY AND THE JOHNSONS - novo single no Outono

Antony e Boy George terminaram as filmagens para o videoclip de You Are My Sister, o próximo single de I Am a Bird Now, que deverá ser editado este Outono sob a forma de EP com 4 faixas.

Enquanto esperamos, o video de Hope There's Someone:

terça-feira, 26 de julho de 2005


“O samba é nossa verdade, nossa particularidade, nossa medalha de ouro, nosso baluarte, nosso estandarte brasileiro”. Seu Jorge

O Mané Galinha, do filme Cidade de Deus, tem muita pinta. Ouçam Tive Razão e digam lá se ele não tem jeito para grandes músicas.

segunda-feira, 4 de julho de 2005

Jens Lekman - WHEN I SAID I WANTED TO BE YOUR DOG

Primeiro li sobre ele na blogosfera, depois nos jornais, na Internet e agora até num catálogo da Fnac. O entusiasmo é comum a todos. Ouvi When I Said I Wanted To Be Your Dog e achei-o merecedor de um post, mas na altura, por tanta gente falar tão bem de Jens Lekman, não o fiz, talvez por achar que não acrescentaria nada a tudo o que já tinha sido dito. A verdade é que, desde então, tenho ouvido o disco deste sueco insistentemente, quase compulsivamente, de tal modo que não poderia passar sem, pelo menos, uma breve referência.

É muito fácil ser-se envolvido pela música de Jens Lekman, pela sua genuinidade e simplicidade desarmante. As composições simples, feitas à medida da voz despida deste rapaz de 23 anos, aqui e ali invadidas por orquestrações deliciosamente despreocupadas e por uma ou outra voz feminina, dão ao disco o que ele consegue transmitir de melhor, um carácter assumidamente biográfico e intimista. Para esta atmosfera acolhedora muito contribuem as experiências que o sueco nos relata, como o dia em que a namorada o deixou durante uma revolta estudantil, ou quando confessa a sua obsessão pelo casamento ou ainda quando lamenta a ideia errada que os estrangeiros fazem da Suécia (não é só pornografia e gonorreia, senhor Cliff Richards!).

Aos 23 anos Jens Lekman faz um disco de grande nível e apresenta-se como um nome a ter em conta sempre que se falar em valores da produção musical sueca, pelo menos.


segunda-feira, 27 de junho de 2005

Qual terá sido a parte de “plágio é crime” que eles não compreenderam?

Diz-se que a cópia é uma das formas mais sinceras de mostrar admiração por qualquer coisa, eu próprio até posso concordar com isso. Fazê-lo de uma forma tão desonesta que resulte numa quase total perda de identidade, amontoando tantas referências e tão óbvias que, paradoxalmente, formem um corpo completamente vazio, bem… aí a coisa muda de figura e em vez de apreço toma lugar o desrespeito.

O nome não interessa muito. Como os próprios afirmam deve significar qualquer coisa numa qualquer língua e isso não os preocupa minimamente, nem a eles nem a mim. O que realmente interessa é o espectáculo e os Mando Diao tem a lição bem estudada. Em primeiro lugar um look retro, até podem aproveitar as dicas deixadas pelos enérgicos compatriotas da 1º Liga, os The Hives. Depois o som da moda, alternativo, apreciado tanto pelo público como pela crítica, que ponha as miúdas a suspirar, que lhes dê uma boa imagem e os coloque como o mais recente fenómeno da credível invasão britânica das bandas de garagem.

Tudo deve estar muito bem encaixado. Umas melodias pop–distorcidas à boa maneira dos Strokes, uns refrões melódicos de fazer inveja ao próprio Pete Doherty e uma postura de rebeldes sem causa em constante conflito com o status quo. Uma colagem bem feita aguenta o vaso partido por algum tempo, mas não deixa de estar partido e até os Libertines tombaram. Eu tenho a certeza que a fotocópia não é melhor que o original.



MANDO DIAO - Cut the rope

terça-feira, 21 de junho de 2005

O melhor dos últimos 20 anos

A revista norte-americana Spin elegeu OK Computer como o melhor álbum entre 1985 e 2005. A escolha foi feita tendo em conta o brilhantismo, a inovação e a importância da obra-prima dos Radiohead. O número de discos vendidos não fez parte dos critérios de selecção.

Os britânicos ficaram à frente de It Takes A Nation of Millions To Hold Us Back, dos Public Enemy e de Nevermind, dos Nirvana. Os discos mais recentes da lista de 100 álbums são College Dropout, de Kanye West e Fever To Tell dos Yeah Yeah Yeahs.

A Spin é tradicionalmente uma revista de música rock, no entanto mais de 1/4 da centena de discos são de hip-hop. Curioso também ver uma revista dos EUA eleger um disco de uma banda britânica como o melhor das duas últimas décadas.


Aqui fica o top-ten:

1 Radiohead - OK Computer
2 Public Enemy - It Takes A Nation of Millions To Hold Us Back
3 Nirvana - Nevermind
4 Pavement - Slanted And Enchanted
5 The Smiths - The Queen Is Dead
6 Pixies - Surfer Rosa
7 De La Soul - 3 Feet High And Rising
8 Prince - Sign O' The Times
9 PJ Harvey - Rid Of Me
10 NWA - Straight Outta Compton


Radiohead - Paranoid Android

sábado, 18 de junho de 2005

Common - BE

A receita é simples: juntar um MC maduro, consistente e talentoso, como Common, a um produtor de peso, no caso Kanye West. Depois o mais difícil é o cozinhado sair mal. Das onze faixas de Be o autor de College Dropout produziu nove, as duas restantes ficaram a cargo de outro nome conhecido, Jay Dee. Para tornar tudo ainda melhor West dá a voz em quatro faixas do disco.

Dizem que Kanye West é o produtor que Common esperava desde o início da carreira, dizem também que este disco é um clássico do hip-hop. Eu não sei o suficiente do estilo para dizer se Be é ou não um clássico do hip-hop, na verdade não sei se é somente um álbum de hip-hop. Talvez por culpa de Kanye West este disco é soulful do princípio ao fim, com beats marcantes e samples da soul brilhantemente encaixados, que elevam as capacidades oratórias de Common a um nível superior.

Common é um MC admirado, tanto que Jay-Z disse que gostava de rimar como ele, sem ter que sacrificar a venda de discos. Com Be talvez Common tenha conseguido conjugar as duas coisas, composições rítmicas ricas e versos inspirados e vibrantes. No conjunto Be poderá não ser um clássico mas temas como Testify, They Say ou Faithful vieram para ficar.




Common - Testify

quinta-feira, 9 de junho de 2005

ATÉ SEMPRE!


O adeus do capitão, ou porque Deus também se chateia. A saída mais dolorosa e irreparável em toda a minha vivência leonina. Como tu Pedro, nunca mais!

quarta-feira, 8 de junho de 2005

MELÓMANO QUIZ

Eis a minhas respostas ao desafio do Puto. Um questionário já muito rodado!

1) Tamanho total dos arquivos no meu computador?
Anda perto dos 11 GB de música. Faço os possíveis para manter o arquivo com um tamanho moderado!
2) Último disco que comprei:
Aha Shake Heartbreak, dos Kings of Leon. Mais um caso em que é imperativo ter o original.
3) Canção que estou a escutar agora:
Finding you - The Go - Betweens
4) Cinco canções que ouço frequentemente ou que têm algum significado para mim:
Paranoid Android - Radiohead
Lover, you should've come over - Jeff Buckley
Cuts you up - Peter Murphy
Svefn-g-englar - Sigur Rós
One man guy - Rufus Wainwright
5) Lanço o testemunho a outros cinco bloggers:
Lanço a sete.O Bom Selvagem, Berna Valada, Aventuras, Gonçalo Castro, António, Pedro Cordeiro e Lídia.
Enquanto nós, CIDadãos deste país, andamos pelos tascos a beber umas minis, o mundo, deCIDido, pula e avança. Pula o mundo e não só, pula também o José Cid da prateleira onde tem dormido no quase esquecimento. Até aqui tudo bem, o pior é quando ele salta para um sítio tão próximo ao ponto de incomodar! Então querem ver que a mãe do rock português,como o próprio se intitula, vêm dar um concerto aqui à pacata terrinha de S. Paio de Antas, no solarengo concelho de Esposende? Só me faltava esta! O dinossauro mal amado, que acha que dizer que é muito melhor do que o Elton John joga a seu favor, trás cá a sua banda para pôr em delírio a brigada do reumático local. Isto tudo a escassos metros de minha casa.

O Armagedão é já no dia 1 de Julho e culmina numa "Grande sessão de fogo de artifício". Lindo!

Mais do que um desabafo isto é um pedido de ajuda, preciso de um sítio bem distante para passar a noite! Há coisas que se levam melhor a rir.

segunda-feira, 30 de maio de 2005

Antony and The Johnsons - CASA DA MÚSICA 29/05/2005

Tivesse começado como acabou e os menos atentos saberiam o que os esperava: Antony é um músico de canções tristes. Ao regressar para o segundo encore lamenta não ter um tema alegre para oferecer ao público que enchia a Sala 1 da Casa da Música. O músico das "sad songs" ia terminar com River of Sorrow. E como a tristeza consegue ser bela, como consegue provocar um sorriso constante!

No seu jeito tímido mas absolutamente demolidor, Antony deu um concerto notável. Mais de uma hora e meia de espectáculo para passar pelos dois albúms e pelos temas do EP The Lake e I Fell in Love With a Dead Boy.

A noite foi de um brilhantismo minimalista e, sem bateria ou instrumentos de sopro, o som do piano, do baixo, da viola, dos dois violinos e do contrabaixo foi sublime a encher a sala de um ambiente genuinamente comovedor. Os dedilhados na viola substituiram muitas vezes os arranjos e as orquestrações mais complexas dos temas de Antony de forma simples mas extremamente eficaz.

"I always suck as a crowd pleasure", disse Antony. Não podia estar mais errado. Mostrou-se hábil no diálogo e interaccção com o público, disse-se deslumbrado pela cidade, elogiou a sala e pôs toda a gente a bater palmas e a cantar. Num exercício que poderia muito bem ser um teste à acústica fantástica do espaço, pediu um murmúrio que se soltou e nos fez sentir dentro de um instrumento musical, a voz de Antony deslizava sobreposta.

Hoje é na Casa das Artes, em Famalicão, e amanhã na Aula Magna, em Lisboa.

sexta-feira, 27 de maio de 2005

O HOMEM DA CÂMARA DE FILMAR - Dziga Vertov


O que se passa de tão extraordinário num dia em Odessa, no longínquo ano de 1929, para tornar este filme uma obra singular e indispensável? Por si só, a proposta já é tentadora: uma viagem aos dias da Rússia pós – revolucionária, mas o segredo está na forma como tudo foi filmado e, principalmente, na forma como essas imagens foram encaixadas.

É na mesa de montagem que o filme atinge o seu esplendor. É desse trabalho que resulta um exercício estético exemplar que mudou a forma de ver e fazer cinema. Os diferentes ritmos de alteração e sucessão das imagens, as associações e contrastes de luz e forma e o desfilar dos gestos quotidianos suscitam emoções diversas e contribuem, no seu todo, para um retrato da modernidade soviética da altura. E Vertov não esconde nada, não mascara as desigualdades nem disfarça as intenções propagandísticas.

Se Nanuk, o esquimó (1922), de Robert Flaherty, é considerado o filme inaugurador do género documental, O Homem da câmara de filmar de Vertov é o introdutor da tradição documental sem qualquer interferência exterior na actuação das personagem ou na criação de uma narrativa.

O próprio conceito de documentário torna-se elemento integrante da película, pois Vertov mostra a produção do próprio filme. É sensacional assistir à execução dos travelings, filmados de pé no banco de trás de um automóvel da época, com a câmara sobre um tripé e sempre a rodar a manivela.

A música do filme de Vertov foi composta e interpretada pela Alloy Orchestra (1995), segundo as indicações deixadas pelo próprio realizador soviético. Uma excelente forma de entrar no mundo do cinema – verdade.

quarta-feira, 18 de maio de 2005

Ambulance Ltd - LP

Foi num dos talk shows americanos que passam na SIC Radical que ouvi pela primeira vez os Ambulance LTD. Se a memória não me falha, o tema que os nova iorquinos tocavam era Primitive (the way i treat you), o primeiro single do álbum estreia LP (2004). O pop inspirado da canção abriu-me o apetite para o resto do disco e, depois de uma primeira audição, descobri que, embora revelem pouca imaginação na escolha de um nome para o álbum, o quarteto liderado por Marcus Congleton sabe muito bem como construir uma sonoridade própria a partir de uma série vasta de influências e estilos.

Para abrir o disco escolheram o instrumental Yoga Means Union, um contagiante desfilar de guitarras ecléticas em crescendo até atingir a coesão rítmica com o baixo e bateria. Apesar de muita da força do grupo residir na voz de Marcus, a escolha foi acertada. Depois de abertas as hostilidades segue-se um conjunto de boas canções pop rock. Em Anedocte, um dos temas mais expressivos de todo o disco, os Ambulance LTD ganham voz e vida própria e mostram como se pode beber influências de várias décadas do rock e ainda assim ser criativo e autêntico. A suavidade de Ophelia é viciante, a guitarra é perfeita e a voz é de uma sinceridade irrecusável. Mas que não sirvam estas escolhas para desvalorizar as restantes faixas do disco, qualquer uma delas tem a força de um single.

Quem gosta de referências pode saber que andam por lá os My Bloody Valentine, os Franz Ferdinand, os The Thrills e até os The Velvet Underground. O disco termina mesmo com uma versão de Ocean dos Velvet, talvez o pior momento de todo o álbum.



Ambulance LTD - Anedocte

sexta-feira, 13 de maio de 2005

The Arcade Fire - FUNERAL


Os The Arcade Fire estão por todo o lado. Por cá já eram tudo ainda antes de serem qualquer coisa. Fenómeno impulsionado pela Internet e palavra espalhada por todos, os que iam ouvindo ou os que simplesmente liam sobre eles, os Arcade Fire cedo se revelaram como a incontornável next big thing.

O guião é o mesmo de muitas outras histórias que culminaram em estreias decepcionantes, com a diferença que, desta vez, o reboliço faz mesmo sentido. Por trás de toda a agitação um motivo de peso: Funeral, o longa duração da banda. Um daqueles álbuns puros e simples, que ainda consegue ser novo e refrescante, num contexto de produção musical frenética que se sente em todo o lado. Como disse, e muito bem, Nuno Costa Santos: “uma fusão originalíssima entre os Pulp e os Go-Betweens”.



The Arcade Fire - Rebellion (lies)

quinta-feira, 12 de maio de 2005

Até 2006!


Serenata Monumental - morcegos enlatados


Noites do Parque - A guitarra de Gonçalo Pereira a legislar nos Blister


Cortejo dos Quartanistas - ou o dia de todos os excessos

quinta-feira, 5 de maio de 2005


Mais uma Queima. Agora, e pela primeira vez, na condição de visitante.

terça-feira, 12 de abril de 2005

100 FOTOS DO SÉCULO – Marie-Monique Robin

O Che de Alberto Korda, a queda do muro de Berlim por Raymond Depardon, também Kim Phuc, a menina queimada pelo napalm no Vietname, fotografada por Nick Ut. Estas e muitas outras fotografias reunidas num livro, de 1999, que conta um pouco a história do século XX.

A jornalista e realizadora Marie-Monique Robin andou por todo o mundo à procura dos protagonistas das que considerou ser as 100 fotografias mais marcantes do último século. Claro está que, num trabalho deste género, entra sempre a inevitável componente subjectiva do seu autor, que convém lembrar sempre que as escolhas ou omissões possam parecer questionáveis.

Mas a riqueza deste livro não reside tanto na compilação das imagens, mas antes no trabalho de as explicar. Marie-Monique Robin falou com os fotógrafos, com os protagonistas e seus familiares, sem nunca esquecer a essencial contextualização histórica. O produto final é um notável trabalho jornalístico.

Para amantes da fotografia e da história mundial ou para simples curiosos, o livro é de inquestionável valor histórico. Antes deste formato, e na sua origem, a série televisiva Les 100 photos do siècle, transmitida pelo canal ARTE.

sexta-feira, 1 de abril de 2005

Abril

6 de Abril de 1945 e 6 de Abril de 1994. Duas datas separadas por quase cinquenta anos mas unidas pelo horror do genocídio.

Em 1945, o exército do general Eisenhower mostra ao mundo o drama dos campos da morte nazis. A libertação de Ohrdruf, um anexo do campo de Buchenwald, abre as portas da medonha "solução final". Henri Miller, um soldado americano imortalizou o momento, 6 dias depois.



Quarenta e nove anos mais tarde é morto o presidente do Ruanda e o país mergulha num período de genocídio programado. Perto de 1 milhão de tutsis são assassinados pelas milícias hutus, grande parte com golpes de catana. O conhecido fotógrafo James Nachtwey tirou a mais célebre das fotos do massacre. Só em Junho desse ano é que a comunidade internacional acordou para o massacre.

quarta-feira, 23 de março de 2005

Afinal, qual é a cor da porra do colete?

Depois da corrida aos bilhetes para os U2, da euforia em torno da liderança do Benfica e dos rumores sobre a orientação sexual do primeiro-ministro, eis a loucura do momento: a corrida ao colete reflector!
Com o novo Código da Estrada passa a ser obrigatório transportar um colete reflector no carro, e os portugueses, como se não houvesse amanhã, andam doidos na caça ao colete. O problema é que os outros portugueses, aqueles a que chamam de responsáveis políticos e seus associados, fazem questão de cumprir a velha máxima tuga do "deixa para a última" e ainda não informaram a população, ansiosa por vestir o tão desejado acessório, de qual a cor que este deve ter.
Compreende-se a demora. Perante tamanho entusiasmo em torno deste objecto de alta costura, os governantes não querem desiludir os portugueses com um coletezito de cor brega.
A julgar pelo vocabulário socialista do momento, se calhar querem-nos impressionar com um colete rosa choque. Depois do tecnológico, chega o choque dos coletes!

quarta-feira, 16 de março de 2005

Vão ser seis semanas de duras críticas à forma como os EUA têm conduzido a sua "luta contra o terrorismo". Em Genebra, 3000 representantes governamentais, ONG's e outras organizações, de um total de 53 países, estão reunidos na Comissão da ONU para os Direitos Humanos. Em cima da mesa as questões de sempre, a começar pelo questionamento da credibilidade e aceitação internacional da própria comissão. Citadas pelo jornal Público, a Human Rights Watch e a Amnistia Internacional "estimam que metade dos membros desacreditam a instituição".
Não importa se são os EUA os maiores violadores dos direitos do homem ou não (a intervenção dos russos na Tchetchénia não será certamente desvalorizada), a questão é mais a de já se saber de antemão qual a reacção americana, independentemente das resoluções de condenação votadas. À semelhança de outras decisões adoptadas pela comunidade internacional e ignoradas pela administração americana, também desta vez a resposta será certamente arrogante, egoísta e irresponsável. Os jogos de cinismo já começaram, com os homens do presidente a apontarem defeitos à constituição da comissão, da qual China e Cuba fazem parte. Activistas, que a força esteja convosco!