O que se passa de tão extraordinário num dia em Odessa, no longínquo ano de 1929, para tornar este filme uma obra singular e indispensável? Por si só, a proposta já é tentadora: uma viagem aos dias da Rússia pós – revolucionária, mas o segredo está na forma como tudo foi filmado e, principalmente, na forma como essas imagens foram encaixadas.
É na mesa de montagem que o filme atinge o seu esplendor. É desse trabalho que resulta um exercício estético exemplar que mudou a forma de ver e fazer cinema. Os diferentes ritmos de alteração e sucessão das imagens, as associações e contrastes de luz e forma e o desfilar dos gestos quotidianos suscitam emoções diversas e contribuem, no seu todo, para um retrato da modernidade soviética da altura. E Vertov não esconde nada, não mascara as desigualdades nem disfarça as intenções propagandísticas.
Se Nanuk, o esquimó (1922), de Robert Flaherty, é considerado o filme inaugurador do género documental, O Homem da câmara de filmar de Vertov é o introdutor da tradição documental sem qualquer interferência exterior na actuação das personagem ou na criação de uma narrativa.
O próprio conceito de documentário torna-se elemento integrante da película, pois Vertov mostra a produção do próprio filme. É sensacional assistir à execução dos travelings, filmados de pé no banco de trás de um automóvel da época, com a câmara sobre um tripé e sempre a rodar a manivela.
A música do filme de Vertov foi composta e interpretada pela Alloy Orchestra (1995), segundo as indicações deixadas pelo próprio realizador soviético. Uma excelente forma de entrar no mundo do cinema – verdade.
É na mesa de montagem que o filme atinge o seu esplendor. É desse trabalho que resulta um exercício estético exemplar que mudou a forma de ver e fazer cinema. Os diferentes ritmos de alteração e sucessão das imagens, as associações e contrastes de luz e forma e o desfilar dos gestos quotidianos suscitam emoções diversas e contribuem, no seu todo, para um retrato da modernidade soviética da altura. E Vertov não esconde nada, não mascara as desigualdades nem disfarça as intenções propagandísticas.
Se Nanuk, o esquimó (1922), de Robert Flaherty, é considerado o filme inaugurador do género documental, O Homem da câmara de filmar de Vertov é o introdutor da tradição documental sem qualquer interferência exterior na actuação das personagem ou na criação de uma narrativa.
O próprio conceito de documentário torna-se elemento integrante da película, pois Vertov mostra a produção do próprio filme. É sensacional assistir à execução dos travelings, filmados de pé no banco de trás de um automóvel da época, com a câmara sobre um tripé e sempre a rodar a manivela.
A música do filme de Vertov foi composta e interpretada pela Alloy Orchestra (1995), segundo as indicações deixadas pelo próprio realizador soviético. Uma excelente forma de entrar no mundo do cinema – verdade.
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