terça-feira, 26 de janeiro de 2010

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

BLACK MOUNTAIN

Sei que chego tarde e ainda por cima sem novidades. É que enquanto duravam os delírios de Clap Your Hands Say Yeah ou a pandemia chamada Z, dos My Morning Jacket, persistiam, embora esquecidos, os Black Mountain. Imperdoável, também sei! O álbum já é do início de 2005. O disco homónimo destes canadianos (e viva o Canadá) é uma aventura pelo rock dos anos 60 e 70, revisitados e reinventados. O que fazem não é novidade, mas também não é uma cópia de nada. Com facilidade se discernem as raízes: Led Zeppelin, Rolling Stones, Black Sabbath, Velvet Underground ou Pink Floyd, está tudo lá, mas é como se não estivesse. A banda de Stephen McBean tem um estilo muito próprio, revivalista sim, nostálgico até, mas cheio de personalidade e carisma. O passado e a modernidade, tudo num só disco.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

ATAQUE AO URINOL

Antes de Marcel Duchamp o tornar a obra de arte mais influente do século XX a Fonte era só mais um urinol. Terá sido com essa ideia na mente que, em 1993, Pierre Pinoncelli (na foto) urinou numa das réplicas produzidas por Duchamp. O original de 1917 desapareceu e o criador do Dadaísmo criou oito versões em 1964. Este ano, o autor da peripécia voltou a atacar, desta vez à martelada. A peça, exposta no Centro Pompidou, saiu pouco danificada e Pinoncelli foi preso.
O francês de 77 anos diz que não cometeu nenhum acto de vandalismo e alega ter a benção de Duchamp, já que em 1967 terá avisado o autor do que iria fazer. Pinoncelli afirma que tudo não passou de uma manifestação artística, que terá mesmo agradado aos artístas Dada e que provocaria uma grande risada a Marcel Duchamp.
Quem não estará com muita vontade de rir é o próprio Pierre Pinoncelli, obrigado por um tribunal francês a pagar 214 mil euros, mais 14352 euros para a reparação da obra. O mesmo tribunal condenou-o ainda a três meses de pena suspensa. Esta versão da Fonte está avaliada em 2.8 milhões de euros.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Black history is american history


A Creative tem agora um serviço de podcasts. Está disponível em http://www.zencast.com/ e lá é possível fazer o download de inúmeros podcasts, devidamente organizados por temas, bem como colocar na rede as nossas próprias edições. Para além dos registos de carácter mais caseiro a Creative apresenta alguns exclusivos, como o mítico programa 60 Minutos. Foi num desses 60 Minutos que ouvi uma interessantíssima conversa com Morgan Freeman, foi aí que ouvi mais uma das suas polémicas afirmações políticas, foi aí que o ouvi criticar a celebração do Black History Month.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

amor combate* eu quero estar lá quando tu tiveres de olhar para trás. sempre quero ouvir aquilo que guardaste para dizer no fim. eu não te posso dar aquilo que nunca tive de ti,mas não te vou negar a visita às ruínas que deixaste em mim.se o nosso amor é um combate então que ganhe a melhor parte. o chão que pisas sou eu. o nosso amor morreu quem o matou fui eu.

Não ouvia um rock cantado em português tão entusiasmante e prometedor desde os tempos em que os Ornatos Violeta jogavam cartadas decisivas no panorama musical nacional. Para os Linda Martini a fasquia está bem alta depois dos quatro excelentes temas incluidos na promo de 2005, disponíveis no sítio MySpace da banda (no site oficial o link parece estar quebrado).

Os Linda Martini estão, desde Dezembro, em estúdio a gravar o registo de estreia, a editar em Abril deste ano e já com distribuição garantida no Brasil, na Áustria, na Suíça e Alemanha. No final deste mês deverá ser editado o Ep de estreia, com as quatro músicas da promo remisturadas e remasterizadas por Niels dos God Is An Astronaut .

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

OH JENS, NUNCA EMUDEÇAS!

Os três primeiros Ep’s de Jens LekmanMaple Leaves, Rocky Dennis in Heaven e Julie - reunidos num só disco, juntamente com músicas nunca editadas anteriormente.

Quem gostou de When I Said I Wanted To Be Your Dog tem em Oh You’re So Silent Jens uma óptima razão para continuar a achar que Jens Lekman é uma figura única e irresistível da pop, quem ainda não ouviu tem aqui o motivo perfeito para o começar a fazer, correndo o risco de o ter de colocar no restrito pedestal destinado aqueles vícios predilectos que duram uma vida.

As letras, como sempre, são de uma honestidade desarmante, cheias de graça. Se Jens Lekman se rege por uma máxima ela é, certamente, “não há temas desinteressantes”. A Man Walks Into a Bar fala de um bar transformado em nave-espacial e de uma empregada de balcão que não serve cerveja ou amendoins mas que, em vez disso, serve de cabeleireira – “i cant remember the end of that joke, you once told it to me when we smoked”. Delírio completo? Não, é Jens Lekman em todo o seu delirante esplendor.

Mas a música de Jens não é feita apenas de textos inspirados, eles convivem com uma viola, um piano e com arranjos e orquestrações tão ou mais irresistíveis do que as próprias letras. Por vezes rasam o limite do bom senso, outras parecem caídas do nada, como fossem um rudimentar copy/paste – as vozes em Pocketful Of Money, por exemplo –, mas só soam assim quando olhadas à distância de uma fria apreciação crítica, porque no seu momento, no contexto certo, quando a música toca, elas são perfeitas, insinuadas e extremamente divertidas.
Ouçam. Ou não querem saber porque sorri a Mona Lisa?

Jens Lekman - A man walks into a bar

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

O GUME PERGUNTOU...

Demolidora! Esta é a palavra mais indicada para descrever a participação dos visitantes do Gume na eleição do álbum do ano. Os blogueiros perderam a cabeça e os votos atingiram um número absolutamente esmagador: 13. No topo da lista ficou Funeral, o aclamadíssimo longa duração dos canadianos Arcade Fire, logo seguido de LCD Soundsystem, Antony and The Johnsons e o surpreendente Nenhum Desta Lista - um disco que o Gume aconselha. Em três palavras im-pre-ssionante! Uma experiência a repetir.