quarta-feira, 23 de novembro de 2005

A MORTE É UMA BELA MULHER

E se no ano de 2006 ninguém morresse em Portugal ou numa outra qualquer nação do mundo? E se a morte resolvesse simplesmente não actuar? Seria uma dádiva ou o pior dos males? Neste romance Saramago desenvolve todas as consequências desta hipótese, tão absurda como absolutamente irresistível. O Nobel português mostra como o inicial regozijo perante a ausência da mortalidade se transforma rapidamente num verdadeiro caos. Que seria da religião sem a morte? Como se rege um país onde todos se julgam imortais? Que fazer com os milhares de doentes terminais, ou em estado de morte suspensa, sabendo que irão permanecer assim indefinidamente?

Saramago brinca com o mito da imortalidade, colocando em análise o amor, o desejo e a vida. A morte ganha forma, a de uma mulher, e passeia-se entre os vivos. "No dia seguinte ninguém morreu".

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

ESTES TIPOS PARTEM TUDO!


Do Reino Unido chegam notícias entusiasmantes. Chamam-se Test Icicles e lançaram no fim do mês de Outubro o seu disco de estreia For Screening Purposes Only. Se o nome não for sugestivo o suficiente posso acrescentar que no passado a banda chamava-se Balls. Pois é, um nome típico de uma banda de adolescentes, com tudo mais que isso significa. Neste caso, irreverência, energia e vontade de simplesmente partir tudo e não deixar nada em pé. O álbum é feito de ritmos vigorosos, guitarras agressivas e vozes por vezes levadas ao limite das capacidades do vocalista Sam Merrann. Basta ouvir Your Biggest Mistake, que abre o disco, e percebe-se de imediato as intenções deste trio londrino e o porquê do álbum ter sido lançado no Halloween (uma curiosa jogada de marketing). Canções como Pull the Lever, Catch It ou Boa vs Python são bem capazes de nos pôr os cabelos em pé, e são todas bem orelhudas. E já que estamos a falar de temas orelhudos os Test Icicles tem um que é candidato a Música Orelhuda do Ano, Circle Square Triangle, terrívelmente contagiante.
Quem está com vontade de ouvir um disco punk-rock, que é uma verdadeira descarga de adrenalina, como já há muito não aparecia, este é um daqueles a não perder.

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Leão debaixo de fogo

Os Delfins são os autores do hino comemorativo do centenário do Sporting, intitulado Leão de Fogo. Desta premissa podem ser retiradas duas conclusões:
1ª- O hino comemorativo do centenário do Sporting deve ser muito mau.
2ª- Os restantes músicos portugueses não percebem nada de futebol.

sábado, 5 de novembro de 2005

THE MAGIC NUMBERS

Entre todas as coisas (poucas) que têm ocupado o meu tempo, e também de alguma forma desviado a minha atenção do blog, o disco desta sui generis parelha de irmãos usufrui de um lugar de destaque. Quase que roubam mais tempo do que Animal Collective, Wolf Parade, The Decemberists e Franz Ferdinand, todos juntos, entre outros.

Sim, eu sei que é um exagero, mas compreendam que são só coisas de quem tem a felicidade (será?) de passar os dias a ouvir música. É uma estreia completamente viciante!