A MORTE É UMA BELA MULHER
E se no ano de 2006 ninguém morresse em Portugal ou numa outra qualquer nação do mundo? E se a morte resolvesse simplesmente não actuar? Seria uma dádiva ou o pior dos males? Neste romance Saramago desenvolve todas as consequências desta hipótese, tão absurda como absolutamente irresistível. O Nobel português mostra como o inicial regozijo perante a ausência da mortalidade se transforma rapidamente num verdadeiro caos. Que seria da religião sem a morte? Como se rege um país onde todos se julgam imortais? Que fazer com os milhares de doentes terminais, ou em estado de morte suspensa, sabendo que irão permanecer assim indefinidamente?
Saramago brinca com o mito da imortalidade, colocando em análise o amor, o desejo e a vida. A morte ganha forma, a de uma mulher, e passeia-se entre os vivos. "No dia seguinte ninguém morreu".